Pescadas de rabo na boca

O jornal Público abre da seguinte forma a segunda página da sua edição de Sexta-feira 19 de Janeiro de 2007: «Prescrições excessivas sob investigação».

Rebentou a bomba: prescrições excessivas; muitas vezes de medicamentos não recomendados - «No caso considerado mais grave, detectado no Algarve, um dos médicos que mais receita prescreve um fármaco (...) que o prontuário terapêutico do Infarmed de 2006 dá como de "utilização clínica não recomendável"»; «médicos (...) em regime de exclusividade no sector público - que ganham um ordenado maior por essa razão - que exercem igualmente no privado»; viagens a (supostos) congressos pagas pela indústria farmacêutica.

Tudo situações que o cidadão comum minimamente informado e com espírito crítico sempre desconfiou. Estranho é que apenas agora o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, se tenha lembrado da existência desse orgão e para o que ele poderá servir, para além de receber as anuidades dos seus membros. Segundo o Público, Pedro Nunes, em declarações à Agência Lusa «admitiu expulsar os médicos que se venha a comprovar estarem envolvidos em práticas de corrupção».

No meu entender, mais não é que dizer bom, já que se falou no assunto vamos lá fazer qualquer coisita!

(fonte: jornal Público, 19Jan07)