Alguém disse XIV
"Tanto se tem discreteado sobre um suposto masoquismo feminino que se chegou a este ponto em que se diz que a despenalização do aborto levaria ao fim da contracepção" (Inês Pedrosa, Comparar para confundir, in Única, Expresso, 28Out06).
Aconselho vivamente a leitura atenta desta crónica da Inês Pedrosa. Para além de tratar de um tema delicado, é aflorado por uma mulher.
2 Comments:
Lembrei-me de uma coisa... Como é que alguem, do quadrante político que defende afincadamente os direitos humanos (leia-se Socialismo), nomeadamente a abolição da pena de morte (entre outros assuntos desta natureza), pode ser a favor da IVG?
Obviamente, não respondo por socialistas (nem por outros), mas sim por mim.
A opinião que tenho em relação à Pena de Morte (PdM) é, em certa medida, algo confusa. Primeiro, por nunca me ter dado ao trabalho de pesar todos os prós e contras (talvez desta forma me seja conveniente, assim poderei assumir-me a favor ou contra, conforme quiser) e, em segundo, porque o que penso sobre uma pessoa/caso em particular, não tem de ser exactamente igual ao que penso para outra, i.e., há casos em que se comutarem a PdM por Prisão Perpétua talvez um dia se venha a provar a inocência do detido (penso já terem acontecido casos assim), outras situações há em que, claramente, sou a favor da PdM. É assim, feliz ou infelizmente (eu também tenho um lado cruel).
Sobre a IVG, o que julgo estar a fazer confusão a muita gente é o que afinal se considera como "vida", e a partir de quando? Os médicos que se entendam com as questões tecnico-etico-científicas sobre se serão 10, 12, 14, ou um qualquer número par ou ímpar de semanas. Parece-me óbvio que este número não é escolhido à sorte. É até esse limite que sou a favor da IVG. Senão, digamos que, ab absurdo, o uso do preservativo também priva uma "vida" (lês-te a crónica da Inês Pedrosa?).
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