A minha foto
Nome:
Localização: Santo Tirso, Norte, Portugal

quinta-feira, junho 22, 2006

Diz-me para quem trabalhas, dir-te-ei quem és


Desde sempre ouvi dizer, quando se falava em mercado de trabalho, que o ideal era arranjar qualquer “coisita” na administração pública. Aquilo é que é bom! Recebe-se a tempo e horas! O horário de trabalho é uma maravilha! E até não se faz muito!

Luís Santos Pinto (LSP), num seu artigo de opinião, inicia enumerando algumas medidas que um economista sugeriria para tornar os trabalhadores de uma empresa pouco produtivos: (1) pagar os mesmos salários aos melhores e aos piores, (2) nunca despedir ninguém ou (3) nunca promover ninguém para uma função hierarquicamente superior. Mais coisa menos coisa – prossegue LSP – é sobre estes pressupostos que a maioria dos funcionários públicos portugueses exerce as suas funções. Sendo então este sistema tão eficiente a gerar desperdício e incompetência, LSP questiona-se não pelo porquê de tão baixa qualidade dos serviços públicos de hoje mas sim como é que não são piores.

Agarrando em sectores fundamentais – saúde, educação e justiça – LSP indica-nos formas de criar incentivos à excelência do funcionamento na função pública, e.g., tornando uma parte do salário dos funcionários dependente do desempenho, bem como os despedimentos e as promoções. “Esta tarefa implica conceber mecanismos de avaliação do desempenho das instituições, equipas e trabalhadores do sector público. Implica criar incentivos para que as avaliações sejam justas, sérias e bem feitas. Implica, por último, usar as avaliações para compensar a excelência e penalizar a incompetência”, refere LSP.

Luís Santos Pinto, “Um teste para 2007”, in Dia D, 5Jun06.